Mata Atlântica - Uma história ameaçada...

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domingo, 21 de novembro de 2010

Nossa água de todo dia... Parte II.


Atualmente a lagoa de estabilização da cidade de Sapé., com as ligações previstas no Bairro de Nova Brasília, a captação de esgotos passará a 3.978 domicílios, cerca de 35% das residências.
Segundo dados emitidos pela própria CAGEPA, o esgoto sanitário é caracterizado por apresentar 98% de água e 2% de material sólido. A matéria orgânica é constituída por nutrientes (nitrogênio e fósforo) e organismo patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos). Para que ocorra um tratamento adequado de esgoto, é necessário que se respeite as etapas de degradação natural/depuração – envolvendo principalmente algas e bactérias, visando a degradação da matéria orgânica e destruição dos patogênicos. Atualmente alagoa de estabilização recebe esgoto inclusive do Hospital Sá de Andrades.
Normalmente é necessário que exista no local de tratamento, uma caixa de areia para o recolhimento dos resíduos sólidos grosseiros, tais como, garrafas, latas e papelão; e as seguintes lagoas: Lagoa anaeróbica, impede a penetração do oxigênio, diminuindo assim a carga orgânica; Lagoa Facultativa, responsável pelo tratamento secundário, possui intensa atividade fotossintética, reintroduzindo oxigênio na água; e por último as lagoas de Maturação, essas são responsáveis pelo pós-tratamento do esgoto, essas lagoas são aeróbias e têm a finalidade de remover organismos patogênicos ainda existentes e remover nutrientes. Este processo de atuação possibilita quase 100% na remoção de bactérias, vírus, cistos de protozoários e ovos de Helmintos.
Atualmente, só existe na área da lagoa de estabilização, de aproximadamente 2,6 Ha, uma lagoa do tipo Facultativa primária. E todo o afluente é lançado no riacho São Salvador, que possui uma barragem de abastecimento urbano a aproximadamente 4 Km da jusante da descarga. Recentemente em apresentação na câmara municipal de Sapé, a Dr. Vera, representante da CAGEPA, apresentou uma proposta para ampliação da ETE, com criação de uma Lagoa Anaeróbica, revitalização da Lagoa Facultativa e criação de três Lagoas de Maturação.
Representação atual da Lagoa de Estabilização de Sapé



          Ainda segundo o relatório apresentado, serão construídas 6 novas elevatórias destinando o esgoto coletado a estação de tratamento e mais 1 elevatória, denominada Estação elevatória Final, para a reversão do efluente tratado, em direção ao riacho Ribeiro, efluente do Rio Gurinhem.


Sistema proposto pela CAG



           Esperamos que essas medidas sejam tomadas com eficiência, não podemos compactuar com as atuais condições sanitárias que, encontramos no depósito de água local, é fundamental a concepção desse trabalho. É importante que a sociedade conheça a realidade, estaremos todos torcendo para que os dejetos oriundos da Lagoa de Estabilização, não sejam lançadas em um reservatório de água com fins de abastecimento urbano. Quantas pessoas consomem a água da CAGEPA em nossa cidade? Quantas compra água mineral? Espero que isso um dia acabe, e que possamos usufruir de um direito legal o uso da água da torneira para saciar a sede...

domingo, 14 de novembro de 2010

Nossa água de todo dia... Parte I

       Caro leitor antes de iniciar a leitura saiba, que esta é a primeira parte de dois tópicos que irei postar sobre este assunto, em breve estarei postando o próximo, muito obrigado pela atenção.

       A água é um bem comum a todos, e qualquer pessoa tem o direito de usufruir deste bem. Nos dias contemporâneos, para termos água em nossas residências devemos arcar com a manutenção do sistema e com o processo de purificação da água, isso, devido a não encontrarmos mananciais próprios ao consumo humano.

      Hoje no Brasil boa parte da água encanada é resultado de lençóis freáticos ou de grandes reservatórios construidos. No nordeste devido a ação da seca, muitas represas foram construídas a fim de servirem de abastecimento humano, na Paraíba podemos exemplificar: Acauã e Mãe d'água. A problemática está na qualidade desta água. Devido a isso foram criadas as ETAs (Estações de Tratamento de Água).

      Cabe ao governo do Estado tratar a água antes de envia-la a nossas residências, no caso a responsável na Paraíba é a CAGEPA - Companhia de Abastecimento de Água e Esgoto da Paraíba, e isso, é caro, o que torna a nossa conte de água exorbitante. Mas, e quando a CAGEPA polui! Na cidade de Sapé existem atualmente, 2.358 domicílios, integrado ao sistema de esgoto, cujo destino é a lagoa de estabilização localizada na saída da cidade via Mari. A lagoa foi construída na década de 80, e atualmente não suporta o fluxo de esgoto.

Lagoa de estabilização de Sapé.
      Como não existe um cuidado adequado dos resíduos e, ausência de lagoas anaeróbias e de maturação, os patógenos (seres microbiológicos causadores de doenças, a exemplo, bactérias e fungos), não são destruídos. A vazante da lagoa de estabilização, forma um córrego de fio fino que desagua no rio São Salvador, o principal afluente da barragem São Salvador.

      Devido a isso a CAGEPA utiliza um grande número de compostos químicos em sua ETA para o tratamento da água proveniente da barragem. Quem prova da água, perceber o gosto adstringente que a mesma possui. Isso é o resultado de ingestão de diversos compostos, inclusive cloro (Observação, os níveis de cloro lançados na água pela Eta de Sapé, está dentro dos níveis permitidos por lei, 0,2 mg/L, o problema é que, justamnete é colocado o máximo). O cloro tem ação antibiótica e, é adicionado a água para o extermínio de germes.

      Outro problema, ocasionado pela lagoa de estabilização, podemos identificar na própria barragem, o depósito de matéria orgânica causa um fenômeno na água conhecido como eutrofização. Fenômeno causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogênio) numa massa de água, provocando um aumento excessivo de algas. Estas, por sua vez, fomentam o desenvolvimento dos consumidores primários e eventualmente de outros elementos da teia alimentar nesse ecossistema. Este aumento da biomassa pode levar a uma diminuição do oxigênio dissolvido, provocando a morte e consequente decomposição de muitos organismos, diminuindo a qualidade da água e eventualmente a alteração profunda do ecossistema.